Fuga de Los Angeles
E para meu primeiro filme avaliado, não poderia deixar de falar sobre meu filme favorito: Fuga de Los Angeles.
O pior é que eu não conhecia o filme até meados de 1999, quando esperava para gravar em VHS (ééeee e tem moleque por aí que nem faz ideia do que significa isto...) no meu "videocassete" Gradiente um outro filme que eu pensei que iria passar na Tela Quente da Rede Glóbulo (cujo o qual eu nem me lembro qual seria). Lembro-me de colocar a fita no ponto, ficar ao lado do vídeo com o dedo no botão "REC" (sim, do lado da TV, porquê o controle remoto, a poucos segundos de começar o negócio, havia utilizado sua habilidade especial de "Desaparecer +10"), e assim que começou o filme apertei a bagaça e mandei ver... só para me perguntar revoltado em seguida:
"Mas que merda de filme é este???"
Fiquei puto. Reclamei até a última geração e tudo o mais. "Eu enfrentei o Diabo pro meu pai me deixar em paz vendo filme em plena a segunda feira - dia que ele mais enche o saco pra ir dormir cedo - pra passarem essa porcaria que eu nem sei o que é?!?!" Mas quando acabei de reclamar, já estavam mostrando o Kurt Russel e eu - que também adorei "Big Trouble in Little China" dei ao homem um crédito.
"Deixa pra lá. Eu gravo esta porcaria mesmo e depois desgravo com outro filme por cima."
Quer saber?
NUNCA MAIS TOQUEI NAQUELA FITA. Ela tornou-se meu Graal.
Mas também, admito, isso não foi logo de cara.
Num primeiro momento apenas achei o filme muito bacana. Mas ainda mantive o plano principal de “assim que eu for gravar Cavaleiros do Zodíaco, a fita acabar e eu precisar de outra na base da emergência, eu gravo nesta”.
Só que eu sempre tive o péssimo hábito de ter “pena” de desgravar o que eu já tinha gravado (em algum estes VHS, eu sei que tenho alguma propaganda de uma revolucionária televisão de tubão 29 polegadas que eu mantive só pra dizer no futuro “Olha isto! Cacete, o que chamávamos de tecnologia antigamente né?”).
Com dó de desgravar o filme, eu o assistia. E assistia de novo. E de novo. E outra vez mais.
...E acabei viciando nele!
Hoje eu falo sem vergonha alguma: Fuga de Los Angeles é meu filme favorito.
Ótimo, mas chega já chega de falar mortadela e vamos logo ao presunto.
________________________________________________________
O filme, lançado no longínquo ano de 1996, é uma sequencia de Fuga de Nova York (de 1984) e novamente é dirigido por John Carpenter.
A história tem uma vez mais como personagem principal o anti-herói Snake Plissken (Kurt Russel) - na minha opinião o personagem mais durão e bacana já criado.
Após ter resgatado o então Presidente dos States de uma destruída Nova York, Plissken torna-se um fora-da-lei americano e vive na maciota tocando o puteiro por onde passa. Isso pelo menos até 2013 (ano no qual se passa a trama), quando é preso por uma briga num bar. Com lindos braceletes prateados à adornar-lhe os pulsos, Snake é imediatamente enviado de camburão para o temido Centro de Deportação dos Estados Unidos(lugarzinho agradável este, do qual já vou falar).
O país, aliás, está ainda mais caótico que em 1997 (na cronologia fictícia da série, foi o ano em que Snakehavia salvo o presidente). Em 1998, um Senador (Cliff Robertson) na época recém-indicado candidato à presidência dos Estados Unidos e ainda por cima fanático religioso, havia profetizado (na pegada Mãe Dinah) durante um discurso televisionado em rede nacional uma grande catástrofe. Afirmou que Los Angeles constituía a “cidade do pecado” e comparou-a à Sodoma e Gomorra (pra quem não sabe, duas cidadezinhas bíblicas onde a coisa “esquentou” após Deus sacar que por lá só rolava sacanagem da braba).
O senador afirmou que "como a mão de Deus, as águas se erguerão e separarão esta cidade enorme e pecaminosa do nosso querido país". Na época, porém, ninguém deu muita bola.
Mas o cara fez umas macumbas para Poseidon e acabou sendo mesmo atendido: No ano 2000 (dois anos depois do Senador fazer a tal previsão) os Estados Unidos acabam sofrendo um terremoto épico e em larga escala que atinge 9.6 de magnitude, sendo completamente devastador. O tremilique culminou na cidade de Los Angeles sendo completamente separada geograficamente do resto do país, das praias de Malibu às de Anahein.
E depois que a merda que o Senador disse que aconteceria de fato acontece, o que fizeram com ele?
Ora, o cara acabou sendo eleito o novo Presidente dos Estados Unidos da América!(eu pessoalmente teria achado o cara um agourento e o mandaria secar bananeira no mato, mas os americanos o viram como um “profeta” e botaram o cara num pedestal)
Só que o que o povo dos EUA não sabiam que o cara na verdade era um tremendíssimo babaca ditador. E logo que senta a bunda magra na cadeira máxima do país, o velho começa à sancionar várias novas leis extremistas – agora era proibido fumar (a mais de 30 e tantos anos atrás o Roberto Carlos já avisava isso), entornar um goró, saborear aquele churrasco (era proibida carne vermelha), meter com alguém que não fosse sua mulher/marido, - e mais um verdadeiro cacete de outras proibições. Mas a lei na qual ele pensou primeiro foi na que mais lhe conviria: uma emenda que o tornaria Presidente Vitalício (sem nunca perder o cargo, tipo o que o Lula tentou fazer por aqui). Por fim, o miserável ainda transferiu a capital americana de Washington D.C. para sua cidade natal, Lynchburg, Virginia.
Ao ir moldando o que chamou de "América Moral", o Presidente acabou transformando a nação americana numa sociedade reprimida e coagida (lembrando a Inglaterra mostrada em "V de Vingança"), sem deleites como ir e vir a hora que se quisesse ou liberdade de expressão – porém muito embora entretanto era uma nação pacífica, com criminalidade quase zero e maior expectativa de vida.
O quê? Quebrou alguma das leis sagradas do Presidente? Não importava se fosse por ter degustado uma chuleta ou chuletado fora do casamento (apesar do filme não deixar bem claro quais crimes eram punidos assim, eu estou apenas seguindo o cérebro de amendoim do Presidente, pra quem acredito que peidar fedido já era motivo suficiente) – o cidadão era condenado.
A primeira punição era não ser mais considerado... bem, um “cidadão”.
O segundo castigo, no entanto, já era mais punk – lhe era imputada a pena de extradição do país.
E eles eram mandados para a China? Pro Chipre? Ou pro Acre?
Não, pra lugar pior. E não me refiro à “casa do caralho” – lá é bom, se é que você me entende.
Los Angeles era agora uma ilha separada e, oficialmente, não mais parte dos Estados Unidos (isto graças à uma outra lei muito batuta do Presidente babaca).
E logo ela transformou-se numa “colônia penal” para onde estes exilados eram enviados e de onde jamais poderiam voltar. E não podiam voltar nem na boa e nem na marra, já que grandes muralhas com torres de vigilância armadas haviam sido construídas cobrindo todo o litoral ao redor de Los Angeles, e os guardas lá atirariam em qualquer coisa que se movesse em sua direção, fosse à nado, de barquinho, voando ou o cacete.
Tudo o que as autoridades tinham que fazer era mandar os condenados para lá e não mais preocupar-se com eles, acabando com gastos com prisioneiros e manutenção de prisões. Algo que eu apoio, diga-se de passagem. Se desse pra fazer aqui, podia que seria uma beleza.
E assim voltamos à Snake, cuja a captura foi algo tão espetacular que, ao chegar no Centro de Deportação (detalhe pra quem assistiu Fuga de Nova York: ele chega vestido como terminou o primeiro filme), lá aguardava uma equipe de televisão para cobrir o acontecimento.
O diretor do “departamento de deportações” que não vai com a cara do nosso amigo de tapa-olho, tenta botar Snake na tanga curtinha e pergunta ao fora-da-lei caolho e com cara de mau o que teria à dizer sobre seus “crimes” diante das câmeras para os bons telespectadores americanos que “trabalham e seguem as regras”. Mas Snake lhe dá um chapéu bonito e, aproveitando o fato de que o cara só o chamava de “Plissken”, só lhe dá a resposta gelada “Meu nome é Snake.” na maior das calmas. Cacete, sou fã desse cara.
Mas o que estes telespectadores americanos não faziam ideia (e nem o próprio) era que Snake não estava lá exatamente para ser extraditado. Algo maior estava acontecendo por baixo dos panos e punha em risco todo o país. E adivinha quem teria que limpar a bunda da América mais uma vez?
Utopia (A.J. Langer e pare de achar que o nome dela é ridículo. Não que não seja, na verdade... é... tá, pode achar ridículo mesmo.), a filha do Presidente – uma jovem extremista membra de um grupo de rebeldes ao governo e dona de uma voz cabulosamente irritante (como dito mais tarde no filme, uma beleza de mulher pra se comer, mas um parto pra calar a boca) – acaba por roubar o protótipo de uma poderosa arma durante uma visita ao Pentágono. A arma estava sendo desenvolvida em segredo pelo tirânico Presidente, e uma vez que estivesse completa e pronta para o uso, daria à ele a chance de não só tentar, mas sim de efetivamente dominar o mundo (alguém tinha que dar esta ideia para à dupla de camundongos "Pinky e Cérebro" – à seguir, acompanhe a descrição do dispositivo que o Presidente havia mandado inventar e reconheça após profunda análise, se este plano não seria infalível).
Bom, vamos falar da "arma" que a menina com voz de taquara rachada roubou.
Esta nada mais era que um cinturão de satélites circundado o planeta, e cada qual com uma bomba de nêutrons acoplada. Estas bombas, quando detonadas, emitiam um poderoso pulso eletromagnético capaz de inutilizar qualquer equipamento eletrônico que fizesse uso de eletricidade ou baterias para funcionar dentro de seu raio de ação. Wow, o cara não pensou grande – enfiou foi fermento pelas orelhas.
Após apoderar-se do protótipo, Utopia (à bordo do aviãopresidencial Força Aérea 3) grava em vídeo uma ameaça ao seu papai, dizendo que se ele não reintegrasse à América todos os extraditados “injustamente”, ela usaria a tal arma contra os Estados Unidos. Clássico caso de filha-adolescente-patricinha-problemática-cabeça-de-vento-com-ataques-de-quero-salvar-o-mundo-e-me-rebelar-contra-papai. Típico dos 17.
“Mas a menina afanou os satélites? Como diabos ela fez isso?”
Calma animal, o que Utopia levou na mão grande foi o dispositivo que controla os benditos satélites e que servia para direcionar a "mira" dos pulsos em um aparelho/bairro/cidade ou até mesmo país, podendo desativá-lo por completo. O negócio era tão absurdamente preciso que era possível desativar todos os Estados Unidos de uma só vez, ou então, somente o vibrador da primeira-dama. Precisão total.
E ainda, se todas as bombas fosse detonadas ao mesmo tempo sem que fosse especificado um alvo, o planeta inteiro seria desativado! Droga, a conversa descambou pra Mad Max!!! Oh yeah!!!
Após gravar a ameaça, mas sem tempo de postá-la no FaceBook ou no Twitter, Utopia rapidamente usa uma cápsula de salvamento da aeronave para escapar... e a cápsula cai bem em Los Angeles – lugar para o qual a ativista já planejava chegar para encontrar-se com seu “amado” que também era o cara "entusiasta de suas atitudes tão justas". Sim, ela não pensou em tudo sozinha – ela já parece ser bem desmiolada para ter arquitetado um plano tão elaborado. Tinha a mão de mais alguém na história.
E esta mão era de seu “ser iluminado”, seu doce amado que a apoiava totalmente. Só que esse mané era na verdade o revolucionário terrorista peruano (que mais parece ser um sósia de Che Guevara) Cuervo Jones (Jorges Corraface), membro da organização criminosa internacional "Sendero Luminoso" e líder da Justiça Mescalita, a maior e pior gangue de Los Angeles (nas palavras do Comandante Maloy). Fica-se entendido que Cuervoestá por trás do roubo do dispositivo orquestrado por Utopia(ou seja, foi ele quem enfiou minhoca na cabeça da garota pra ela ir lá e meter a mão no barato), tendo ele sabido de sua existência através da própria inocente revolucionariazinha, que encontrava-se com o mau-caráter através de um programa de realidade virtual (Internet fodendo com a cabeça dos jovens! Ora se isto não é tema para uma merda de programa da Luciana Gimenez).
Cuervo, através do MSN futurístico, iludiu Utopia e a trouxe – junto com a poderosa arma – diretamente para seu colo cubano. Mas assim que a loira ativista e gostosona chegou à Los Angeles, o terrorista mau logo mostrou para ela que o objetivo dele não tinha pica nenhuma a vez com “vamos devolver a cidadania aos injustiçados” e sim tinha à ver com “vamos dominar o mundo na frente do Presidente megalomaníaco”. E para tanto, ele pretendia usar "A Espada de Dâmocles" (nome da modesta armazinha) para chantagear o Presidentecagão e preparar uma invasão militar aos Estados Unidos nesse meio tempo.
Mas que situação cagada. O Presidente não podia mandar um ataque contra os terroristas em sua “terra pecaminosa”, pois Cuervo ameaçava desativar a América inteirinha se visse algum aviãozinho se aproximar de Los Angeles. O cubano tinha a situação no bolso. E tudo o que o presidenciável americano tinha era o cu na mão.
Mas quem vai salvar o país? Quem vai para Los Angeles enfrentar legiões de assassinos/maníacos/psicopatas/terroristas sob o comando do cruel homem cosplayado de Che e voltar para casa com o dispositivo?
Ora quem mais?
...Snaaaaaaaaaake Plissken!!!
Mas a pergunta mais importante de todas: Quem disse que ele dá a mínima para o que está acontecendo?
Voltando de novo mais uma vez para Snake, ele está sendo levado para uma sala de interrogatório lá no Centro de Deportação (e, brincando, já falei o nome deste maldito lugar três vezes). No caminho, uma policial mal-encarada dá-lhe uma arranhadinha na mão usando uma espécie de unha da Mulher-Gato ou coisa assim. Snake fica meio mordido, mas tudo bem. Pelos corredores, o homem do tapa-olho descobre que os condenados também tem outra alternativa além de serem enviados àLos Angeles - eles podem optar por serem executados por eletrocussão na famosa "cadeira" lá mesmo – e é a opção que os idosos e os cagões acabam por escolher em sua maioria.
Na salinha, O Comandante Maloy (Stacy Keach), uma guarda sem nome (creditada como "Brazen" e interpretada por Michelle Forbes) e o Presidente Cagão dos Estados Unidos dizem à Snake que, se ele fizer este favorzinho básico para a nação (ir pra L.A., recuperar o dispositivo de comando e voltar), ganharia o Perdão por seus crimes e, assim, a liberdade.
Como a ladainha era bem conhecida para o velho Snake, obviamente ele manda os três pra casa do chapéu. Mas então lhe dizem que se ele não o fizer por bem, então o fará por mal, já que morrerá em menos de 10 horas pois está infectado pelo famoso vírus "Plutoxina 7". Ameaçar-lhe a vida e dar-lhe um relógio da morte foi a mesma coisa que fizeram quando o obrigaram a salvar o presidente em Nova York. Povo pobre de imaginação.
Quando pergunta quem morreria tentando injetar o vírus nele, Maloy lhe diz calmamente que ele já estava infectado (a arranhadinha da desgraçada da policial no corredor era para isso). O antídoto só seria dado após o sucesso da missão.
Sem escolhas, Snake avisa que era melhor torcerem para que ele não voltasse de Los Angeles.
A partir daí a coisa descamba para uma produção que, mesmo tosca em muitos pontos, é tudo o que um filme de ação deveria ter: tiros, explosões, tiros, perseguições, tiroteios, Tsunamis, troca de tiros, Snake Plissken, tiros à granel, asas-deltas, um punhado extra de tiros... e basquete!
A cena de Snaketendo de jogar "cesta de 2, 2 lados da quadra" e fazer 10 pontos para sobreviver na arena de Cuervo é espetacular. A última cesta foi regravada até que desse certo - e sem o uso de efeitos especiais! (claro, após 4.789.228 tentativas, até eu faço uma cesta daquelas... Bah, quem estou tentando enganar? Não faria nem com os efeitos especiais).
O pior é que eu não conhecia o filme até meados de 1999, quando esperava para gravar em VHS (ééeee e tem moleque por aí que nem faz ideia do que significa isto...) no meu "videocassete" Gradiente um outro filme que eu pensei que iria passar na Tela Quente da Rede Glóbulo (cujo o qual eu nem me lembro qual seria). Lembro-me de colocar a fita no ponto, ficar ao lado do vídeo com o dedo no botão "REC" (sim, do lado da TV, porquê o controle remoto, a poucos segundos de começar o negócio, havia utilizado sua habilidade especial de "Desaparecer +10"), e assim que começou o filme apertei a bagaça e mandei ver... só para me perguntar revoltado em seguida:
"Mas que merda de filme é este???"
Fiquei puto. Reclamei até a última geração e tudo o mais. "Eu enfrentei o Diabo pro meu pai me deixar em paz vendo filme em plena a segunda feira - dia que ele mais enche o saco pra ir dormir cedo - pra passarem essa porcaria que eu nem sei o que é?!?!" Mas quando acabei de reclamar, já estavam mostrando o Kurt Russel e eu - que também adorei "Big Trouble in Little China" dei ao homem um crédito.
"Deixa pra lá. Eu gravo esta porcaria mesmo e depois desgravo com outro filme por cima."
Quer saber?
NUNCA MAIS TOQUEI NAQUELA FITA. Ela tornou-se meu Graal.
Mas também, admito, isso não foi logo de cara.
Num primeiro momento apenas achei o filme muito bacana. Mas ainda mantive o plano principal de “assim que eu for gravar Cavaleiros do Zodíaco, a fita acabar e eu precisar de outra na base da emergência, eu gravo nesta”.
Só que eu sempre tive o péssimo hábito de ter “pena” de desgravar o que eu já tinha gravado (em algum estes VHS, eu sei que tenho alguma propaganda de uma revolucionária televisão de tubão 29 polegadas que eu mantive só pra dizer no futuro “Olha isto! Cacete, o que chamávamos de tecnologia antigamente né?”).
Com dó de desgravar o filme, eu o assistia. E assistia de novo. E de novo. E outra vez mais.
...E acabei viciando nele!
Hoje eu falo sem vergonha alguma: Fuga de Los Angeles é meu filme favorito.
Ótimo, mas chega já chega de falar mortadela e vamos logo ao presunto.
________________________________________________________
O filme, lançado no longínquo ano de 1996, é uma sequencia de Fuga de Nova York (de 1984) e novamente é dirigido por John Carpenter.
A história tem uma vez mais como personagem principal o anti-herói Snake Plissken (Kurt Russel) - na minha opinião o personagem mais durão e bacana já criado.
Após ter resgatado o então Presidente dos States de uma destruída Nova York, Plissken torna-se um fora-da-lei americano e vive na maciota tocando o puteiro por onde passa. Isso pelo menos até 2013 (ano no qual se passa a trama), quando é preso por uma briga num bar. Com lindos braceletes prateados à adornar-lhe os pulsos, Snake é imediatamente enviado de camburão para o temido Centro de Deportação dos Estados Unidos(lugarzinho agradável este, do qual já vou falar).
O país, aliás, está ainda mais caótico que em 1997 (na cronologia fictícia da série, foi o ano em que Snakehavia salvo o presidente). Em 1998, um Senador (Cliff Robertson) na época recém-indicado candidato à presidência dos Estados Unidos e ainda por cima fanático religioso, havia profetizado (na pegada Mãe Dinah) durante um discurso televisionado em rede nacional uma grande catástrofe. Afirmou que Los Angeles constituía a “cidade do pecado” e comparou-a à Sodoma e Gomorra (pra quem não sabe, duas cidadezinhas bíblicas onde a coisa “esquentou” após Deus sacar que por lá só rolava sacanagem da braba).
O senador afirmou que "como a mão de Deus, as águas se erguerão e separarão esta cidade enorme e pecaminosa do nosso querido país". Na época, porém, ninguém deu muita bola.
Mas o cara fez umas macumbas para Poseidon e acabou sendo mesmo atendido: No ano 2000 (dois anos depois do Senador fazer a tal previsão) os Estados Unidos acabam sofrendo um terremoto épico e em larga escala que atinge 9.6 de magnitude, sendo completamente devastador. O tremilique culminou na cidade de Los Angeles sendo completamente separada geograficamente do resto do país, das praias de Malibu às de Anahein.
E depois que a merda que o Senador disse que aconteceria de fato acontece, o que fizeram com ele?
Ora, o cara acabou sendo eleito o novo Presidente dos Estados Unidos da América!(eu pessoalmente teria achado o cara um agourento e o mandaria secar bananeira no mato, mas os americanos o viram como um “profeta” e botaram o cara num pedestal)
Só que o que o povo dos EUA não sabiam que o cara na verdade era um tremendíssimo babaca ditador. E logo que senta a bunda magra na cadeira máxima do país, o velho começa à sancionar várias novas leis extremistas – agora era proibido fumar (a mais de 30 e tantos anos atrás o Roberto Carlos já avisava isso), entornar um goró, saborear aquele churrasco (era proibida carne vermelha), meter com alguém que não fosse sua mulher/marido, - e mais um verdadeiro cacete de outras proibições. Mas a lei na qual ele pensou primeiro foi na que mais lhe conviria: uma emenda que o tornaria Presidente Vitalício (sem nunca perder o cargo, tipo o que o Lula tentou fazer por aqui). Por fim, o miserável ainda transferiu a capital americana de Washington D.C. para sua cidade natal, Lynchburg, Virginia.
Ao ir moldando o que chamou de "América Moral", o Presidente acabou transformando a nação americana numa sociedade reprimida e coagida (lembrando a Inglaterra mostrada em "V de Vingança"), sem deleites como ir e vir a hora que se quisesse ou liberdade de expressão – porém muito embora entretanto era uma nação pacífica, com criminalidade quase zero e maior expectativa de vida.
O quê? Quebrou alguma das leis sagradas do Presidente? Não importava se fosse por ter degustado uma chuleta ou chuletado fora do casamento (apesar do filme não deixar bem claro quais crimes eram punidos assim, eu estou apenas seguindo o cérebro de amendoim do Presidente, pra quem acredito que peidar fedido já era motivo suficiente) – o cidadão era condenado.
A primeira punição era não ser mais considerado... bem, um “cidadão”.
O segundo castigo, no entanto, já era mais punk – lhe era imputada a pena de extradição do país.
E eles eram mandados para a China? Pro Chipre? Ou pro Acre?
Não, pra lugar pior. E não me refiro à “casa do caralho” – lá é bom, se é que você me entende.
Los Angeles era agora uma ilha separada e, oficialmente, não mais parte dos Estados Unidos (isto graças à uma outra lei muito batuta do Presidente babaca).
E logo ela transformou-se numa “colônia penal” para onde estes exilados eram enviados e de onde jamais poderiam voltar. E não podiam voltar nem na boa e nem na marra, já que grandes muralhas com torres de vigilância armadas haviam sido construídas cobrindo todo o litoral ao redor de Los Angeles, e os guardas lá atirariam em qualquer coisa que se movesse em sua direção, fosse à nado, de barquinho, voando ou o cacete.
Tudo o que as autoridades tinham que fazer era mandar os condenados para lá e não mais preocupar-se com eles, acabando com gastos com prisioneiros e manutenção de prisões. Algo que eu apoio, diga-se de passagem. Se desse pra fazer aqui, podia que seria uma beleza.
E assim voltamos à Snake, cuja a captura foi algo tão espetacular que, ao chegar no Centro de Deportação (detalhe pra quem assistiu Fuga de Nova York: ele chega vestido como terminou o primeiro filme), lá aguardava uma equipe de televisão para cobrir o acontecimento.
O diretor do “departamento de deportações” que não vai com a cara do nosso amigo de tapa-olho, tenta botar Snake na tanga curtinha e pergunta ao fora-da-lei caolho e com cara de mau o que teria à dizer sobre seus “crimes” diante das câmeras para os bons telespectadores americanos que “trabalham e seguem as regras”. Mas Snake lhe dá um chapéu bonito e, aproveitando o fato de que o cara só o chamava de “Plissken”, só lhe dá a resposta gelada “Meu nome é Snake.” na maior das calmas. Cacete, sou fã desse cara.
Mas o que estes telespectadores americanos não faziam ideia (e nem o próprio) era que Snake não estava lá exatamente para ser extraditado. Algo maior estava acontecendo por baixo dos panos e punha em risco todo o país. E adivinha quem teria que limpar a bunda da América mais uma vez?
Utopia (A.J. Langer e pare de achar que o nome dela é ridículo. Não que não seja, na verdade... é... tá, pode achar ridículo mesmo.), a filha do Presidente – uma jovem extremista membra de um grupo de rebeldes ao governo e dona de uma voz cabulosamente irritante (como dito mais tarde no filme, uma beleza de mulher pra se comer, mas um parto pra calar a boca) – acaba por roubar o protótipo de uma poderosa arma durante uma visita ao Pentágono. A arma estava sendo desenvolvida em segredo pelo tirânico Presidente, e uma vez que estivesse completa e pronta para o uso, daria à ele a chance de não só tentar, mas sim de efetivamente dominar o mundo (alguém tinha que dar esta ideia para à dupla de camundongos "Pinky e Cérebro" – à seguir, acompanhe a descrição do dispositivo que o Presidente havia mandado inventar e reconheça após profunda análise, se este plano não seria infalível).
Bom, vamos falar da "arma" que a menina com voz de taquara rachada roubou.
Esta nada mais era que um cinturão de satélites circundado o planeta, e cada qual com uma bomba de nêutrons acoplada. Estas bombas, quando detonadas, emitiam um poderoso pulso eletromagnético capaz de inutilizar qualquer equipamento eletrônico que fizesse uso de eletricidade ou baterias para funcionar dentro de seu raio de ação. Wow, o cara não pensou grande – enfiou foi fermento pelas orelhas.
Após apoderar-se do protótipo, Utopia (à bordo do aviãopresidencial Força Aérea 3) grava em vídeo uma ameaça ao seu papai, dizendo que se ele não reintegrasse à América todos os extraditados “injustamente”, ela usaria a tal arma contra os Estados Unidos. Clássico caso de filha-adolescente-patricinha-problemática-cabeça-de-vento-com-ataques-de-quero-salvar-o-mundo-e-me-rebelar-contra-papai. Típico dos 17.
“Mas a menina afanou os satélites? Como diabos ela fez isso?”
Calma animal, o que Utopia levou na mão grande foi o dispositivo que controla os benditos satélites e que servia para direcionar a "mira" dos pulsos em um aparelho/bairro/cidade ou até mesmo país, podendo desativá-lo por completo. O negócio era tão absurdamente preciso que era possível desativar todos os Estados Unidos de uma só vez, ou então, somente o vibrador da primeira-dama. Precisão total.
E ainda, se todas as bombas fosse detonadas ao mesmo tempo sem que fosse especificado um alvo, o planeta inteiro seria desativado! Droga, a conversa descambou pra Mad Max!!! Oh yeah!!!
Após gravar a ameaça, mas sem tempo de postá-la no FaceBook ou no Twitter, Utopia rapidamente usa uma cápsula de salvamento da aeronave para escapar... e a cápsula cai bem em Los Angeles – lugar para o qual a ativista já planejava chegar para encontrar-se com seu “amado” que também era o cara "entusiasta de suas atitudes tão justas". Sim, ela não pensou em tudo sozinha – ela já parece ser bem desmiolada para ter arquitetado um plano tão elaborado. Tinha a mão de mais alguém na história.
E esta mão era de seu “ser iluminado”, seu doce amado que a apoiava totalmente. Só que esse mané era na verdade o revolucionário terrorista peruano (que mais parece ser um sósia de Che Guevara) Cuervo Jones (Jorges Corraface), membro da organização criminosa internacional "Sendero Luminoso" e líder da Justiça Mescalita, a maior e pior gangue de Los Angeles (nas palavras do Comandante Maloy). Fica-se entendido que Cuervoestá por trás do roubo do dispositivo orquestrado por Utopia(ou seja, foi ele quem enfiou minhoca na cabeça da garota pra ela ir lá e meter a mão no barato), tendo ele sabido de sua existência através da própria inocente revolucionariazinha, que encontrava-se com o mau-caráter através de um programa de realidade virtual (Internet fodendo com a cabeça dos jovens! Ora se isto não é tema para uma merda de programa da Luciana Gimenez).
Cuervo, através do MSN futurístico, iludiu Utopia e a trouxe – junto com a poderosa arma – diretamente para seu colo cubano. Mas assim que a loira ativista e gostosona chegou à Los Angeles, o terrorista mau logo mostrou para ela que o objetivo dele não tinha pica nenhuma a vez com “vamos devolver a cidadania aos injustiçados” e sim tinha à ver com “vamos dominar o mundo na frente do Presidente megalomaníaco”. E para tanto, ele pretendia usar "A Espada de Dâmocles" (nome da modesta armazinha) para chantagear o Presidentecagão e preparar uma invasão militar aos Estados Unidos nesse meio tempo.
Mas que situação cagada. O Presidente não podia mandar um ataque contra os terroristas em sua “terra pecaminosa”, pois Cuervo ameaçava desativar a América inteirinha se visse algum aviãozinho se aproximar de Los Angeles. O cubano tinha a situação no bolso. E tudo o que o presidenciável americano tinha era o cu na mão.
Mas quem vai salvar o país? Quem vai para Los Angeles enfrentar legiões de assassinos/maníacos/psicopatas/terroristas sob o comando do cruel homem cosplayado de Che e voltar para casa com o dispositivo?
Ora quem mais?
...Snaaaaaaaaaake Plissken!!!
Mas a pergunta mais importante de todas: Quem disse que ele dá a mínima para o que está acontecendo?
Voltando de novo mais uma vez para Snake, ele está sendo levado para uma sala de interrogatório lá no Centro de Deportação (e, brincando, já falei o nome deste maldito lugar três vezes). No caminho, uma policial mal-encarada dá-lhe uma arranhadinha na mão usando uma espécie de unha da Mulher-Gato ou coisa assim. Snake fica meio mordido, mas tudo bem. Pelos corredores, o homem do tapa-olho descobre que os condenados também tem outra alternativa além de serem enviados àLos Angeles - eles podem optar por serem executados por eletrocussão na famosa "cadeira" lá mesmo – e é a opção que os idosos e os cagões acabam por escolher em sua maioria.
Na salinha, O Comandante Maloy (Stacy Keach), uma guarda sem nome (creditada como "Brazen" e interpretada por Michelle Forbes) e o Presidente Cagão dos Estados Unidos dizem à Snake que, se ele fizer este favorzinho básico para a nação (ir pra L.A., recuperar o dispositivo de comando e voltar), ganharia o Perdão por seus crimes e, assim, a liberdade.
Como a ladainha era bem conhecida para o velho Snake, obviamente ele manda os três pra casa do chapéu. Mas então lhe dizem que se ele não o fizer por bem, então o fará por mal, já que morrerá em menos de 10 horas pois está infectado pelo famoso vírus "Plutoxina 7". Ameaçar-lhe a vida e dar-lhe um relógio da morte foi a mesma coisa que fizeram quando o obrigaram a salvar o presidente em Nova York. Povo pobre de imaginação.
Quando pergunta quem morreria tentando injetar o vírus nele, Maloy lhe diz calmamente que ele já estava infectado (a arranhadinha da desgraçada da policial no corredor era para isso). O antídoto só seria dado após o sucesso da missão.
Sem escolhas, Snake avisa que era melhor torcerem para que ele não voltasse de Los Angeles.
A partir daí a coisa descamba para uma produção que, mesmo tosca em muitos pontos, é tudo o que um filme de ação deveria ter: tiros, explosões, tiros, perseguições, tiroteios, Tsunamis, troca de tiros, Snake Plissken, tiros à granel, asas-deltas, um punhado extra de tiros... e basquete!
A cena de Snaketendo de jogar "cesta de 2, 2 lados da quadra" e fazer 10 pontos para sobreviver na arena de Cuervo é espetacular. A última cesta foi regravada até que desse certo - e sem o uso de efeitos especiais! (claro, após 4.789.228 tentativas, até eu faço uma cesta daquelas... Bah, quem estou tentando enganar? Não faria nem com os efeitos especiais).
O "Mapa das Estrelas" Eddie (Steve Buscemi) - mesmo traiçoeiro - é um dos mais carismáticos personagens do filme e um bom contraponto ao mal humor de Snake. A frequência com a qual Eddie muda de lado durante o filme é assombrosa - sempre buscando os melhores ganhos ou as menores perdas. E, pombas mancas, a musiquinha que toca ao fundo de seu "Mapa para as Estrelas" é demais! (A cena dele mostrando a gravação à Snake na tentativa de vende-la à ele, sorrindo feito um babaca, a cara de saco cheio de Snake e a musiquinha "I Love L.A." de fundo - tudo isto numa cena só foi algo que conspirou contra a minha vida – quase ri até a morte).
Assim como no filme anterior, Snake também encontra uma bela mulher em seu caminho - a escolhida desta vez é a latina Talisma (Valeria Golino), mas sua interação com a garota agora é maior, diferente da conversa de 2 minutos com a loira no primeiro filme. Ela parece ser a única com a qual Snakenão se irrita (tanto) quando diz a famosa frase "pensei que você fosse mais alto" (esta aliás é uma piada recorrente do filme, uma vez que todos os bandidos de Los Angeles parecem conhecer e admirar - ou odiar - Snake, mas todos também "achavam que ele fosse mais alto").
O Comandante Maloy (Stacy Keach, que depois ficou famoso ao fazer o diretor da prisão Fox River no seriado "Prision Break") é marcante. Parece em certos momentos ser ele a dar ordens ao Presidente (Cliff Robertson, o Tio Ben dos filmes do "Homem Aranha") . Este último por sua vez na verdade é um covardão que está sempre a choramingar e doido para pôr o país a perder querendo tomar alguma decisão errada e afobada. A participação damilitarzinha metida (Michelle Forbes, conhecida por suas atuações em séries americanas como "In Treatment" e "True Blood" ) é nula no decorrer do filme - o que não impede Snake de devolver-lhe a "queimada" que ela lhe dá no início do filme.
A película ainda conta com participações especiais de dois atores míticos: Peter Fonda ("Jornada ao Centro da Terra" e "Motoqueiro Fantasma") creditado como "Pipeliner" sendo o surfista que acaba se tornando camarada de Snake; e Bruce Campbell - o lendário Ash de "Evil Dead" ("Uma Noite Alucinante") - no papel do Cirurgião Geral de Bervely Hills. Há rumores de que Campbell aceitou fazer a ponta no filme sob a condição de que dessem à ele uma cena em que pudesse apertar um belo par de seios - o que ele faz de fato ao analisar o "material" de Talisma antes da cirurgia plástica.
Fuga de Los Angeles ainda conta com uma "transex" (apenas o personagem, é claro!) - a extravagante Hershe Las Palmas (Pam Grier, de "Jackie Brown" e "Marte Ataca!"), antiga conhecida (ou conhecido) de Snake, que insiste em chama-la pelo seu antigo nome Carl Jack Malone - o que a morena detesta. Ao que parece, ela (ou ele, o que preferir) esteve em uma missão com Snake em Cleveland, e neste evento o traiu, deixando-o para trás. Dá-se a entender também de que ela (ou el... ah dane-se.) fez o mesmo acordo (ou um parecido) com o governo e também foi injetada com o "terrível" Plutoxina 7... o qual ela declara o vírus mortal como sendo pura balela.
Ela lidera os chamados "Sombras de Saigon", que é um grupo composto por um monte de orientais que você já deve ter visto numa dúzia de (bons) filmes de artes marciais e ação (sempre como aqueles capangas que apanham do protagonista), constituindo outra poderosa e influente gangue de Los Angeles (só ficando atrás da de Cuervo).
Por fim, ainda citamos que o filme passa em vários lugares muito conhecidos de L.A., como o desfile da galera de Cuervo, que acontece na famosíssima Sunset Boulevard Avennue. Além disso, o filme parte para absurdos incríveis, como Snake e o Pipeliner surfando um Tsunami que atravessa a cidade!
Vale a pena assistir o filme (eu já o fiz umas 500 vezes). Russel é extremamente convincente como ator de filmes de ação B, e este é na verdade um ápice do gênero.
Mas pegando o gancho, lembre-se de não ficar reparando em atuações dramáticas pois aqui...
Georges Corraface, que vive Cuervo, tem uma ótima interpretação, isto é verdade (também é verdade que ele é um aclamado ator do cinema francês). Cliff Robertson – nosso presidente cagão – já é um profissional consagrado e experiente, mas não vive aqui seu momento mais inspirado, isso temos de admitir. À seguir, citamos Stacy Keach, que também é um experiente ator, e em Fuga ele mostra isso como o responsável e incisivo Comandante Maloy. Dentre os atores que mais figuram no filme, podemos fechar com o quase-sempre brilhante Steve Buscemi, que aqui dá vida ao ótimo Eddie – personagem que mostra-se vital para o clima da produção, uma vez que, se aqui você vai rir, ele será o culpado. Buscemi dá um baile e mostra que nem só de péssimas atuações vivem os filmes de ação de segundo escalão.
De resto, atuações ou curtas demais ou... porcarias. Mas hey, o foco é a ação, lembra-se? Que tenhamos um punhado de bons atores representando bem seus papéis é um bônus, não uma exigência (“O Grande Dragão Branco” com Van Damme é um filmáaaaço de ação, mas e sob o aspecto atuações? Hummm vamos deixar esta afirmação na geladeira).
Sobre o protagonista, ah faça-me o favor!
Cara, Snake Plissken é tão – mas TÃO – bacana, que até ganhou sua própria minissérie em quadrinhos (John Carpenter's Snake Plissken Chronicles pela editora CrossGen – procure em importadoras ou no E-Bay que você acha), além do fato de uma das maiores séries de games de todos os tempos – Metal Gear Solid – ter seu protagonista Solid Snake baseado no fora-da-lei americano (Hideo Kogima, criador da série, já declarou tal fato pessoalmente). Pombas, o personagem é do caralho.
Assista! Procure também seu antecessor, Fuga de Nova York, e veja este da mesma forma.
Você joga games e é fã do Solid Snake do Metal Gear? Pois trate de ir conhecer o cara de carne-e-osso que tornou seu herói digital possível!
E vai uma última dica: Se você algum dia jogar "pelas regras de Bangkok" com Snake... NUNCA seja estúpido o suficiente para esperar a latinha cair no chão!
== 5 Estrelas ==
Assim como no filme anterior, Snake também encontra uma bela mulher em seu caminho - a escolhida desta vez é a latina Talisma (Valeria Golino), mas sua interação com a garota agora é maior, diferente da conversa de 2 minutos com a loira no primeiro filme. Ela parece ser a única com a qual Snakenão se irrita (tanto) quando diz a famosa frase "pensei que você fosse mais alto" (esta aliás é uma piada recorrente do filme, uma vez que todos os bandidos de Los Angeles parecem conhecer e admirar - ou odiar - Snake, mas todos também "achavam que ele fosse mais alto").
O Comandante Maloy (Stacy Keach, que depois ficou famoso ao fazer o diretor da prisão Fox River no seriado "Prision Break") é marcante. Parece em certos momentos ser ele a dar ordens ao Presidente (Cliff Robertson, o Tio Ben dos filmes do "Homem Aranha") . Este último por sua vez na verdade é um covardão que está sempre a choramingar e doido para pôr o país a perder querendo tomar alguma decisão errada e afobada. A participação damilitarzinha metida (Michelle Forbes, conhecida por suas atuações em séries americanas como "In Treatment" e "True Blood" ) é nula no decorrer do filme - o que não impede Snake de devolver-lhe a "queimada" que ela lhe dá no início do filme.
A película ainda conta com participações especiais de dois atores míticos: Peter Fonda ("Jornada ao Centro da Terra" e "Motoqueiro Fantasma") creditado como "Pipeliner" sendo o surfista que acaba se tornando camarada de Snake; e Bruce Campbell - o lendário Ash de "Evil Dead" ("Uma Noite Alucinante") - no papel do Cirurgião Geral de Bervely Hills. Há rumores de que Campbell aceitou fazer a ponta no filme sob a condição de que dessem à ele uma cena em que pudesse apertar um belo par de seios - o que ele faz de fato ao analisar o "material" de Talisma antes da cirurgia plástica.
Fuga de Los Angeles ainda conta com uma "transex" (apenas o personagem, é claro!) - a extravagante Hershe Las Palmas (Pam Grier, de "Jackie Brown" e "Marte Ataca!"), antiga conhecida (ou conhecido) de Snake, que insiste em chama-la pelo seu antigo nome Carl Jack Malone - o que a morena detesta. Ao que parece, ela (ou ele, o que preferir) esteve em uma missão com Snake em Cleveland, e neste evento o traiu, deixando-o para trás. Dá-se a entender também de que ela (ou el... ah dane-se.) fez o mesmo acordo (ou um parecido) com o governo e também foi injetada com o "terrível" Plutoxina 7... o qual ela declara o vírus mortal como sendo pura balela.
Ela lidera os chamados "Sombras de Saigon", que é um grupo composto por um monte de orientais que você já deve ter visto numa dúzia de (bons) filmes de artes marciais e ação (sempre como aqueles capangas que apanham do protagonista), constituindo outra poderosa e influente gangue de Los Angeles (só ficando atrás da de Cuervo).
Por fim, ainda citamos que o filme passa em vários lugares muito conhecidos de L.A., como o desfile da galera de Cuervo, que acontece na famosíssima Sunset Boulevard Avennue. Além disso, o filme parte para absurdos incríveis, como Snake e o Pipeliner surfando um Tsunami que atravessa a cidade!
Vale a pena assistir o filme (eu já o fiz umas 500 vezes). Russel é extremamente convincente como ator de filmes de ação B, e este é na verdade um ápice do gênero.
Mas pegando o gancho, lembre-se de não ficar reparando em atuações dramáticas pois aqui...
Georges Corraface, que vive Cuervo, tem uma ótima interpretação, isto é verdade (também é verdade que ele é um aclamado ator do cinema francês). Cliff Robertson – nosso presidente cagão – já é um profissional consagrado e experiente, mas não vive aqui seu momento mais inspirado, isso temos de admitir. À seguir, citamos Stacy Keach, que também é um experiente ator, e em Fuga ele mostra isso como o responsável e incisivo Comandante Maloy. Dentre os atores que mais figuram no filme, podemos fechar com o quase-sempre brilhante Steve Buscemi, que aqui dá vida ao ótimo Eddie – personagem que mostra-se vital para o clima da produção, uma vez que, se aqui você vai rir, ele será o culpado. Buscemi dá um baile e mostra que nem só de péssimas atuações vivem os filmes de ação de segundo escalão.
De resto, atuações ou curtas demais ou... porcarias. Mas hey, o foco é a ação, lembra-se? Que tenhamos um punhado de bons atores representando bem seus papéis é um bônus, não uma exigência (“O Grande Dragão Branco” com Van Damme é um filmáaaaço de ação, mas e sob o aspecto atuações? Hummm vamos deixar esta afirmação na geladeira).
Sobre o protagonista, ah faça-me o favor!
Cara, Snake Plissken é tão – mas TÃO – bacana, que até ganhou sua própria minissérie em quadrinhos (John Carpenter's Snake Plissken Chronicles pela editora CrossGen – procure em importadoras ou no E-Bay que você acha), além do fato de uma das maiores séries de games de todos os tempos – Metal Gear Solid – ter seu protagonista Solid Snake baseado no fora-da-lei americano (Hideo Kogima, criador da série, já declarou tal fato pessoalmente). Pombas, o personagem é do caralho.
Assista! Procure também seu antecessor, Fuga de Nova York, e veja este da mesma forma.
Você joga games e é fã do Solid Snake do Metal Gear? Pois trate de ir conhecer o cara de carne-e-osso que tornou seu herói digital possível!
E vai uma última dica: Se você algum dia jogar "pelas regras de Bangkok" com Snake... NUNCA seja estúpido o suficiente para esperar a latinha cair no chão!
== 5 Estrelas ==